Devia de ter me apaixonado por uma cadeira de balanço,
Um cachimbo aos fins de tarde, um vinho, que fosse a meia
noite.
Dei de me apaixonar por uma moça falante, jovem de pele
rosada.
Eu devia amar a solidão, ou ter me apaixonado por as
historias de minhas rugas.
Eu devia ter de me apaixonado por uns remédios qualquer.
Ou por estórias de marinheiros que são as verdadeiras paixões de
velhos.
Dei de me apaixonar por uma jovem de olhos caídos;
Cujo, o que mais faz é viver.
Eu devia amar a vida que passou.
Culpa do tempo que não envelheceu também minha mente.
Devia amar-te há duzentos anos.
Quem sabe eu a amei a
vida toda e nem me dei conta.
Que eu viva então... É o que me resta.
SAMUEL IVANI.