terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Passou

                      

         

Sou quem eu sou! 
Quem haveria de dizer que não. 
Mas quem eu sou? 
Talvez eu seja alguém que não verei; 
Sou tantos e nenhum, é certo. 
Sou poucos e alguns quem eu mais desconheço. 

Sou um velho que não viveu... 
Uma criança que não criou...
Um adulto imperfeito.
Sou um amante dos poemas inúteis.
Quer algo mais inútil que um poema?
São recitados por tolos que almejam uns beijos,
Sendo que recitados ou não, 
conseguiriam do mesmo jeito. 


Quem eu sou? Quem eu mereço ser?
Sou um velho sem passado
Sou uma vida que pouco foi
E morrerei, é certo.
Quem haveria de fugir desde destino? 
Se ao menos tivesse tempo de viver quem eu sou,
Mas em breve morrerei. 

Sou um velho! 
Um velho sem um bosque,
Um velho sem uma mania.
Que velho não carrega consigo uma mania
Daquelas que refletem quem um dia foi?
Sou um velho, é certo, e morrerei. 
E quem sou? não sei!
Só peço ao tempo, que me deixe viver
na vida real quem eu sou;
que me deixe “Ser” antes de morrer. 

E no fim, quem eu sou...? Não sei! 
Quem haveria de dizer que sabe.
Uma coisa é certa, sonhei diversas vidas.
O que mais fiz nesta vida foi sonhar,
E amei, definitivamente eu amei...
e viver... viver mesmo...quem sabe?