sábado, 15 de março de 2014

Me vê um pouco de "eu mesmo"



Desejo um dia poder comprar
O direito de não precisar mais (simplesmente)
Comprar.
Desejo um dia poder comprar
O direito de ser vagabundo.
E poder ser quem eu sou,
Fazer o que eu sou,  antes de destruirmos o mundo.

Há  tolos que se fazem de objetos (inanimados)
Quanto mais objetos sem vida precisamos
Menos humanos nos tornamos.
E quanto mais objetos somos,
Menos fazemos parte do mundo.
Certo, que ainda há as relações humanas,
Mais do que antes até...
Há tantas declarações, que dantes não existiam.
Dias especiais: são especiais,
Repletos de mensagens belas.
Entretanto, estas, não são ditas cara a cara.
É preciso um intermediador,
Que sem este, tais palavras não existiriam e,
São ditas para que outros vejam..., 
As vezes, não pra quem de veras interessa. 

As fotos, cujo eram pra mostrar quem se era,
Ainda que superficialmente.
Hoje fomos além...
As fotos são tiradas em espelhos,
Sendo que o principal não é o indivíduo,
E sim, a marca do aparelho que fotografa.
Penso que os índios antes dos espelhos,
Sabiam quem eram; Depois deles..., bem sei!
Mas se eu quero “ser”aos olhos dos outros
É preciso possuir aquilo ou isto.
Eu não quero isto! “Aquilo” talvez...
Mais que eu seja eu,
Antes “daquilo”refletir quem eu sou...  
Hoje compramos tudo (sem percebermos)
Compramos os amigos, as namoradas.
Compramos nós mesmos,
Quando precisamos de algo (simplesmente)
Para se igualar a um, ou outro.  

Eu,  um dia desejo comprar
O direito de não precisar comprar.
Ao menos, não, para ser quem eu sou.  

Não é que eles não podem entender,
Eles simplesmente, não querem...
E aonde vamos parar?
Digo-lhes: não vamos... 

                                                                                                               SAMUEL IVANI

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