segunda-feira, 10 de março de 2014

Erros


Amar a mim. Não aconselho!
Sou inconstante, temperamental,
Desvairado, talvez até volúvel.
Tenho receio de tudo,
E sou daqueles egoístas,
Cujo se importa apenas com as próprias razões.
Posso amar-te em segundos,
 Sem razões nenhuma.
E posso odiá-la horas,
Mesmo que me dê todas as razões para amá-la.  

Amar a mim? Não, não devia.  
Eu não sigo a ordem dos demais no espaço,
Tão pouco no tempo.
Posso entregar-te flores em datas comuns
E esquecer de propósito dias importantes.
Posso viver de futuro, de esperanças
E morrer de presente, por mais belo que seja.

Não! Amar a mim, terrível ideia.
Não compreenderia;
Posso acordar para ouvir as cores dos pássaros
Naquelas noites de lua. Ver que loucura?
Posso querer correr na chuva,
Posso querer passar horas a vislumbrar
Joaninhas em um tronco qualquer,
Pois elas me trazem lembranças
De momentos que não vivi.  
Que adianta tentar amar-me,
Se não serás capaz de me compreender?

Amar a mim? Não, não devia.
Eu sou fraco, medroso,
Precisaria que tivesse coragem por dois.
Eu sou um sonhador, vivo de sonhos
Sou um romântico,
demasiadamente racional.
E amo a vida em sua simplicidade. 
E apesar de tudo: não me conheço.
E ainda há o mais grave: EU PENSO!


                                                               SAMUEL IVANI.