segunda-feira, 21 de abril de 2014

Imagine dragões



Que imaginasse dragões; era tudo que eu queria...
Não pedi que os amasse  desesperadamente,
Eu só queria que os criasse em sua mente.   
Dragões, de corações encouraçados,
Daqueles que expiram fogo azul das entranhas...
E que de seus vôos, surgissem borboletas
Também azuis. 
Mesmo que logo após, esses mesmos dragões,
As incinerassem da face dos ares,
E restassem apenas faíscas de borboletas,
Porém, o importante é que tudo era azul.  
E mesmo,  borboletas nascidas de vôos de dragões,
Dragões, obviamente imaginados,
Poderiam ser criadas, numa proporção infinita,
Numa proporção bem maior que os dragões,
Pois devem eles, já surgirem em pleno voo...

 Se em algum momento tivesses tu ilusionado dragões,
Tudo seria diferente...
Se tivesse tido a capacidade de criar, de encontrar razões,
Para imaginar dragões...
 Mas manteve sempre esses pés no chão.
Manteve-se sempre nesta dura realidade.
Se tivesse os imaginado, inevitavelmente,
Em alguma curva imaginária, de um caminho sempre reto,
Os nossos dragões teriam se encontrado...   
e tudo seria diferente...   

Eu só queria que imaginasse dragões,
Nem pedi que os criassem a partir de moinhos de ventos,
Bastava que os criasse do nada,
Como sempre os criei...
E nem exigiria que tu voasses com eles,
Ou que expirasse grandes sentimentos coloridos,
Assim como eu. 
Só que os imaginasse aquecidos,
Assim como mantenho minha imaginação, quente.
Não era pedir muito...

Eu só queria que imaginasse flores onde não havia,
E se pudesse, também imaginasse abelhas
Polimerizando grandes flores amarelas.
E que no céu, sempre azul,
Tivesse sempre dragões e borboletas de mesma cor.
Pois o mais importante era que tudo no alto fosse azul.
Eram os dragões indispensáveis, se os tivesses imaginado,

Tudo seria diferente...  

                                                                       Samuel Ivani