Solidão daquele tipo que não falta ninguém.
Ócio, de uma vida sem acontecimentos.
Lamento o tempo que passou e não vi,
Embora ainda passe na mesma proporção e,
Catastroficamente, nada faço.
- Não poderia eu, parar o tempo? Pra quê!
Ostento esse tempo que me sobra, e mesmo,
Cá, não posso fazer nada.
Salvo, sonhar, assim como tantos...
Assoviar, para o tempo que passa e,
Vadiar com ele, sem preocupações.
Assombro-me com o passado,
Inspiro-me no futuro e,
De repente, prendo-me ao um tempo inútil.
Naquele mesmo que não vivi...
Acordo para o presente, às vezes, e
Lamento, não ter
amado aquele tempo e,
Recordo-me de um amor do futuro,
Em que nunca deveras amei...
Samuel Ivani