quinta-feira, 24 de julho de 2014

Minhas críticas a intelectualidade

"Reverencias aquele cujo citas ideias alheias, e trata como um tolo aquele que tem ideias oriundas de suas próprias reflexões e observações, se esta, não vier acompanhada com uma citação de um grande autor." João da Bodega.


É como se o mundo não aceitasse ideias que nascem dos devaneios humanos tão comum, a menos que essa ideia tenha surgido a partir das ideias de outros. Me é inaceitável essa intelectualidade que precisa ser fomentada sempre com ideias alheias, é como se o primeiro homem tivesse a primeira ideia e, depois disso, ela fora evoluindo até essas vastas teorias que conhecemos. Ninguém mais tem a autonomia pra criar e se cria mesmo assim, tua teoria só será aceita depois da morte; talvez porque não possa tu mesmo, aperfeiçoá-la depois de morto, no entanto, cabe aos tolos tentar torná-la mais bela aos olhos dos sensatos incapazes de pensar. Trágico isso. 

Pensava, anteriormente,  que o fato de não ter lido livros na infância e adolescência tinha me feito  perder muito tempo, pois poderia ter desenvolvido minha escrita muito além. No entanto, compreendi depois, com auxílio da leitura, que na verdade, se caso eu tivesse lido todo esse tempo, eu teria simplesmente perdido minha capacidade de pensar, pois me enchendo com pensamentos dos outros, eu não teria tempo nem disposição para desenvolver meus próprios pensamentos. Não teria desenvolvido minhas teorias, embora absurdas aos leigos. 
Sei que a maioria de minha ideias, muitos já pensaram o mesmo. No entanto, essas teorias e pensamentos, surgiram de minhas reflexões e observações do mundo.  Portanto, são meus conhecimentos e não há quem tire isso de mim. E quando me deparo com ideias que batem, quase em sua totalidade, com minhas ideias próprias, eu fico feliz, pelo o fato de ter pensado o mesmo. Isso só prova minha teoria que não mudamos desde a racionalidade: essencialmente somos os mesmos. O meu único prejuízo fora na questão gramatical, pois só realmente se aprende, lendo. Já no quesito criatividade não tive grandes perdas, pois se tem uma coisa que eu sei fazer de forma natural é pensar, ou seja, criatividade eu tenho de sobra. E quanto ao estilo de minha escrita,  eu não quero ser influenciado, crio meu próprio estilo o tempo todo a cada palavra, e hão de aceitá-lo tão naturalmente quanto escrevo.

Nunca me dei com a ideia de que um indivíduo é considerado intelectual respeitado; quanto  mais reproduzem ideias de outros autores,  do que quando desenvolve ideias próprias. Hoje, não se engrandece a capacidade de pensar, e sim, a capacidade de armazenar conhecimento desenvolvido por outros. Estes pobres que se dizem inteligentes, ou eruditos, sempre citando belas frases, autores famosos, coitados, não passam de escória. Sãos estes comparados a meros dispositivos de armazenamento de dados; se enchem de ideias dos outros porque não têm capacidade de pensarem por si próprios.   

Eu vou viver de minhas ideias, o mundo há de ter que aceitá-las. São minhas ideias, oriunda de minhas reflexões,  portanto, são válidas  e nelas deposito minha total credibilidade. Fodam-se aqueles que se enchem de leituras; retém o maior número de informações possível e sentem-se superiores, mas que, na verdade, tem na mente, apenas ideias mastigadas por outros.
 O mundo há de, no tempo certo,  enaltecer a minha originalidade. Não vou desistir delas; são dignas de notoriedade, pois foram geradas de minha capacidade de parar pra pensar sobre o mundo a minha volta.       

SAMUEL IVANI 
O livro A arte de escrever de SCHOPENHAUER só evidenciou meus pensamentos, apesar das contradições que fazer essa citação me confere.


[...] Assim, todo pensador autêntico se assemelha a um monarca: ele atua diretamente e não reconhece ninguém acima de si. Seus juízos, como as decisões de um monarca, são provenientes de seu poder supremo e não contêm qualquer mediação. Pois, assim como o monarca não aceita ordens, ele não aceita nenhuma autoridade, de modo que só é válido o que ele mesmo comprovou. Em contrapartida, as mentes vulgares, emaranhadas em todo tipo de opiniões válidas, autoridades e preconceitos, são como o povo que obedece calado às leis e às ordens.