domingo, 31 de agosto de 2014

Política de privacidade


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sábado, 30 de agosto de 2014

Merda é achar que o mundo é belo



Quando a solidão e a saudade significam uma parte do outro que falta em ti, é triste, é trágico e quase sempre irreversível. Quando a saudade significa um pedaço de ti que outro carregou, também é triste, no entanto, é suportável e reversível. Agora, quando a saudade significa uma ilusão que criou, e tu sente falta de se iludir, isso chama-se ser humano. 

Forço as palavras porque sinto que já disse tudo. 
Sinto que estou em um momento de gestos;
Tipo um beijo inesperado, 
Um toque sem querer premeditado. 
Um esbarrão forçado
No corredor imenso,
Com o espaço pra dois apaixonados. 

Não! Não me diga nada.
Não quero ouvir tuas palavras
Elas mentem. 
Os gestos, não, 
Eles sempre dizem o que querem dizer,
Sempre setem o que desejam esconder. 

Minhas palavras reduziram-se a cinzas, poeira que pouco dizem, depois que sem ti, com sempre estive, fiquei sozinho, como sempre estive. Eu, que tanto dizia, hoje pobre de palavras, sem ti, nada digo. 
Não desejo não te ter como antes, isso é muito estranho. 
João da Bodega 


sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Resolvi ouvir




As palavras. Este emaranhados de letras, quando reagrupadas por quem sabe o que dizer, são adoráveis aos olhos, aos ouvidos e a alma. Mas quando essas letras são reagrupadas sem muitos critérios, por alguém que não sabe o que dizer, tão pouco a quem dizer, elas maltratam. Quando não, afastam aos poucos quem as ouve, que com o passar do tempo, restará a quem dizer apenas o vento. E o vento não sopra de volta as palavras proferidas a ele. Talvez apenas um eco, repetindo aqueles disparates aos teus próprios ouvidos, então tu vai descobrindo que as palavras ditas para magoar os outros, na verdade, machucam mais a ti do que qualquer outra pessoa, devido aquele eco eterno que o enorme vazio no teu coração provoca. S.I Resolvi ouvir.

sábado, 16 de agosto de 2014

Dias de glória


Tem dias que a vida nos parece um grande e colorido arco-íris e que, o pote de ouro ao final nos é tão certo quanto o amanhã. Dias em que a vida nos parece tão simples, que nada nos abala; que montanhas não são obstáculos capazes de nos fazer parar de seguir em frente. Dias em que todas as pessoas nos parecem tão belas e amáveis que dá vontade de apertá-las contra o peito e proferir palavras de amor a esmo, como se todos os amanhãs fossem igualmente agradáveis.   

E tem dias, numa frequência bem maior, que a vida nos parece um quebra cabeça impossível de ser montado, pois algumas peças requerem que nós mesmos as confeccionemos, mas tudo parece tão complicado que não temos forças pra encaixar nem aquelas que aparentemente são óbvias. Dias em que grãos de areia são obstáculos suficientes para deixarmos de lutar por aquilo que mais queremos, pois seria possível que ele acabasse caindo em um de nossos olhos e obstruísse a visão de um caminho outrora cheio de luz e, apenas essa possibilidade, já nos faz desistir. Tem dias em que, todas as pessoas nos parece insociáveis e nada nos motiva a agradá-las, já que temos a certeza que não seria possível que alguém pudesse nos fazer bem naquele dia de infortúnio.  

Mas os dias se passam, e numa bela manhã qualquer, acordamos com um arco-íris no peito, e então, reduzimos todas as nossas montanhas a grãos de areia, que em vez de obstruírem o caminho, amortecem nossos passos e, nos fazem crer que a caminhada até o pote de ouro nos será eternamente em meio às flores.  Tive que crer que esses raros dias são, na verdade, o que podemos conquistar de mais valioso.









Samuel Ivani

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Leitura

"— Escapei por pouco! — gritou Jean. — Senti até o vento." O corcunda de Notre-Dame

Esta foi a frase que mais me chamou atenção nesse livro e que, me instigou uma profunda reflexão sobre a vida e o amadurecimento; como crescemos, como o tempo passa, como umas fases se vão e outras surgem, e com elas vamos perdendo partes de nós e ganhando outras.

Essas expressões como "Escapei por pouco, senti até o vento, quem dúvida perde a vida...", que nos era amplamente utilizada na infância, vão se perdendo no tempo; em nós que amadurecemos, e também nas peculiaridades das gerações que mudam de tempos em tempos com essa tal de modernidade. Ser criança hoje talvez tenha até mais graça que antigamente, mas sei bem que, se não fosse minha infância em que eu não tinha outra ferramenta para me divertir, além de minha própria mente e imaginação, eu talvez não tivesse a capacidade de compreender que nada sei e eu seria, insensivelmente outro, e eu gosto de quem sou . Com o tempo tudo muda, não sei bem se evoluem, mas... — lendo O corcunda de notre-dame.

Assovio, porque perdi as palavras


E eis que me dei conta
Que nunca disse nada;
Que as  palavras por mim  proferidas
Eram a tua inspiração em mim,
E de mim mesmo, pouco tinham.

Eis que me dei conta
Que preciso de ti.
Pois sem ti, sou mudo,
Sou surdo
E deixo até de me ouvir.

Eis que me dei conta
Que os beijos que não roubei
Fazem de mim um cretino,
 desses que amar é um brinquedo,
nas mãos  de um menino,
sem apego e descartável,   
se lhe oferecido um passarinho.   

Eis que me dei conta,
Que as emoções,
Início de minhas palavras,
Eram a possibilidade,
mesmo a impossibilidade,
Da tuas palavras em mim.

Eis que me dei conta
Que esse amor que não vivemos
Me mantinha vivo,
Pela possibilidade ilusória,
De um amor de verão
Vivido num inverno maldito
De uma doce espera esquecida. 

Eis que me dei conta
Que esses prejuízos de te amar
Enriquecem-me de palavras,
Que mesmas ditas aos ventos,
São ditas, e elas hão de voltar,
Em pensamentos a assoviar... 
Ah, assoviar. 

Eis que me dei conta
Que qualquer equação,
Sempre termina em soma,
Mesmo de longe,
Nesses negócios estranhos de amar. 

Samuel Ivani 


domingo, 3 de agosto de 2014

Não me arrependo "Flor"



                                                 Pra cada manhã,  uma decepção.
                                                 Pra cada dor, Flor, uma semente,
                                                 Regadas à mão, docemente,
                                                 Para cada coração que sente. 

                                                 Mas não me arrependo flor. Dentre,
                                                 As coisas que têm sentido; a solidão,
                                                 As cores, as madrugadas, todas têm
                                                 Um pouco de dor, Amor, com razão.  

                                                 E mesmo que essas mãos gélidas
                                                 Toquem, com dor, minha pele,
                                                 Não deixarei neste mundo de amar   

                                                 Pois viver, amor, ainda que sozinho,
                                                 Só faz sentindo, se ver nos passarinhos
                                                 Até mesmo nos cinzas, cores por amar. 

                                                        SAMUEL IVANI    

sábado, 2 de agosto de 2014

Minhas palavras


Eu bem sei que não passo tanta confiança; sou inconstante, preocupo-me apenas com as minhas razões, eu sei... Mas toda vez que disse que precisava de você, que te queria, que te amava, eu não menti. O que sempre me fez fugir, desconversar, fora o fato que você desconversa mais que eu.  Eu não tenho medo de viver o que sinto, não tenho mesmo, medo eu tenho de não viver. Eu não resguardo sentimento, sempre falo o que sinto, embora a falta de reciprocidade aparente enfraqueça, com o tempo, esses sentimentos, mas sempre fora verdade, e ainda o é. Porém eu não posso viver só de sonhos, eu preciso de realidade... E o fato de eu tentar dividir o meu amor com tantas pessoas, é por receio da solidão. Quantas vezes eu disse frases que pensei em te dizer para outras, pois sabia que não reagiria bem, e sim, com indiferença. E não seria justo desperdiça-las aos ventos, que não ouvem o que digo tão pouco sopram de volta... Eu precisava de um pouco de carinho soprado de volta, era só. Só pedi que imaginasse dragões, era tudo que eu queria. Eu só queria que tivesse um pouco de coragem para enfrentar a vida, tal como ela é. E acredite, é muito simples.  Eu ainda ouço aquela música, ainda lembro-me de um passado que só eu imaginei. Porém, cheguei a um ponto que todas as energias disponíveis para gastar na conquista se foram, me resta agora aquela que surgiria se vivêssemos aquele sentimento que nem precisa de denominação: é um sentimento, construído ao longo do tempo e nos basta senti-lo. Eu queria tanto que tu lutasses, mas sabe, abertamente, talvez assim, me envergaria aos teus desejos, porque os meus, estes estão presos em um sopro sem vida de um tempo que passou e não vivi.   Lute, graciosamente e em silêncio. Seja como a lua, que influencia as marés  sem proferir uma palavra sequer. "Gestos"

Eu não vou deixar minha inspiração, as minhas razões desaparecer. Minha intensão é ficar, mas preciso que me deixe entrar. Aqui fora o vento sopra forte e me levará pra longe, pois o que me segura, está se desfazendo com o tempo. Eu ainda pretendo caminhar contigo  no asfalto, em um fim de tarde comum, pois eu ainda quero te dar aquela flor sem cheiro que nunca pude dar. 



Mas não te invejo, Amor, essa indiferença,
Que viver neste mundo sem amar
É pior que ser cego de nascença! Florbela Espanca