quinta-feira, 16 de outubro de 2014

A filosofia da simplicidade





A filosofia da simplicidade

A vida é muito simples, os homens foram que, ao longo de sua racionalidade e mítica liberdade, buscando ser uma criatura especial é que complicaram e ainda tentam complicar de forma absurda os objetivos, as razões da vida. Só existe uma razão para a vida: a reprodução; manter nossos genes vivos e atuantes ao longo do maior número de gerações possíveis. 
Não basta às complicações que nos são impostas pela competição natural árdua da natureza, ainda temos que complicar a vida um pouco além, com filósofos como Hegel, que tentou dá uma complexidade demasiada a simplicidade da vida. Não há complicação. A racionalidade, a consciência, não passa de uma estratégia, como qualquer outra, de sobrevivência, cujos homens desenvolveram de acordo com a necessidade imposta pela a competição e seleção natural. E a verdade é o que se pode tocar e ver e sentir por todo ser, independente de já se ter visto pelo o homem ou não. O real não está condicionado à finalidade, tão pouco, ao conhecimento do homem. Simples assim! A verdade absoluta é essa. Há quem não creia... Pouco importa, isso não muda os fatos. 

Não compreendo o fato das pessoas tentarem compreender a mente humana partindo da racionalidade. Este fora o erro de todos os filósofos até então. A humanidade se compreende a partir do instintivo natural, que daí, se compreende a vida no seu todo. 
Os homens, naquela ânsia por serem especiais, por serem criaturas com objetivos além da vida, criaram novos significados para vida e esqueceram de se analisarem como animais e que, como todos eles, buscam apenas sobreviver. O homens tentam encontrar razões no subconsciente, naquilo que não compreendem; não compreendem simplesmente pelo fato de analisá-lo utilizando como objeto para análise, o próprio objeto a ser decifrado. Temendo a complexidade de Hegel e com isso, não ser compreendido, utilizar-me-ei de metáforas para que compreendam, pois existe mais beleza na simplicidade de fácil compreensão do que na complexidade a ser decifrada: Como quereis compreender um microscópio utilizando outro microscópio para decifrá-lo, sendo que ainda não se conhece a finalidade do mesmo? O homem ainda não compreendeu o consciente, ou subconsciente, racionalidade, que seja, porque busca a compreensão a partir dela mesma. Analise a racionalidade de fora, com o instinto, com o mais profundo recôndito da mente do homem e chegará à compreensão desejada. 
Tenho a sensação que alguém já disse isso, se disse, carrego comigo o mesmo raciocínio. Ah..., velha mania de grandeza de Raskólnikov! Enfim, quem pensou assim estava certo. Malditos dejavús. Continuemos... 

A racionalidade surgiu unicamente da evolução do instinto, daquele instinto de lar, que com a competição mais acirrada, tornou-se necessário, para se sobressair, armazenar mais e mais informações. A capacidade de imaginar o futuro surgiu apenas do senso natural de perigo, pois com a capacidade de armazenar mais informações, fomos construindo a capacidade de prever cada vez mais com antecedência o perigo, aquilo que poderia nos tirar o nosso objetivo principal que é perpetuar os nossos genes. Simples assim. Darwin compreendeu, e os filósofos ao longo da história, simplesmente ignoraram a verdade, porque não podiam ver. É racional ignorar o que não se pode ver. A racionalidade é uma estratégia de sobrevivência, como a voz, como o fato de nos vestirmos, de construirmos casas, de fazermos música, tudo, não passa de estratégias cada vez mais complexas de manter a procriação. Se analisares corretamente verás que todos os animais desenvolvem estratégias parecidas de acordo com a competição vigente. A única coisa diferente nos homens é que, competimos com mais vigor, e fomos adquirindo habilidades mais específicas e sobressaindo as demais espécies. 
Tudo que fora criado, filosoficamente, do abstrato, não é uma verdade, é apenas uma forma que o homem encontrou para ser diferente e especial.  

Existe a verdade universal e a verdade humana individual, em que se acredita naquilo que se conhece, e também no desconhecido, desde que outros a repassem ao mundo como verdade, no entanto, esta não anula a verdade universal, que desconhecida, ou não, é real. Isso no plano terrestre, para o universo total, talvez a verdade seja um pouco mais simples, e como de costume, os homens partem da complexidade para compreendê-la. A compreensão do universo se encontra na menor unidade da vida. Façam o que desejar com essa frase, ela diz muito ou quase nada. Não é o que os grandes filósofos fazem? Sempre dizem muito e no fim, não dizem nada? 

Samuel Ivani