sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Elmo de ouro


Elmo de ouro

Ah, mundo estranho esse que vivo:
Caminho nas rochas quentes do inferno e,
Mesmo assim, queimo mais a pele dos outros
Do que propriamente a minha.
É tudo tão diferente do que pregam;
Do que julgam aqueles que não enxergam
Além do seu próprio nariz.
Nesse inferno agradável, cheio de girassóis,
Conheço tantos diabos que amam,
Em contrapartida, numa parcela bem menor,
 deuses com a mesma capacidade.
Em vez disso, odeiam, castigam,
Destroem, tiram a liberdade daqueles
Que não conhecem a verdade.

Aonde se escondem os deuses que amam?
Mundo estranho!
Estranho para quem não o compreende.
O Julgo tão simples:
Os que o veem como o inferno,
Não passam de diabos
Com o desejo de serem  anjos.  
Aqueles que julgam o céu,
Não passam de diabos,
Numa busca constante para se sentirem especiais.
Tolos!

Nem inferno, nem céu,
 É só um mundo vivo, competitivo. Além dessa conotação, é pura poesia.
Eu apenas o considero único e, portanto,
Preciso, lutar, correr, buscar aquilo que desejo.
E ser, ainda que só em minha mente,
Um louco estranho.
Assim como os deuses;
Não menos falho que os homens.

É! Nesse mundo estranho,
Entrego meu elmo de ouro
Aos homens e eles, coitados,
O tornará alimento para as suas almas.
O difamando como objeto do mal. 
É o que eles sempre fazem... 

SAMUEL IVANI