sábado, 15 de novembro de 2014

O jeito que a gente ama






O jeito que a gente ama 


Carrego uma mala vazia,
Numa estação quase sozinha quanto.
Me engana o tanto que deseja,
Me ama, talvez, por enquanto,
E me odeia como quem beija,
Um louco jogado pelos cantos.
Oh! Loira do timbre de ouro,
Tão suave, tão estranha,
Deseja-me, por espanto.
Só! Não me ama, pois sou santo
com um diabo no corpo, não diferente de tantos.
Ama-me, mas de um jeito pouco.
Amor  mesquinho,
Desses que se encontra solto,
Em qualquer esquina.
Odeia-me mais, não tenho dúvidas.
Deseja-me, não sei por quê?
Diz-me que me ama, assim, desse jeito,
Do jeito que podemos ser,  
Assim, embora fraco,
Embora miserável!
Embora castigado.
Amor meu!
Amo-te, de um jeito tão estranho,
Assim: te querendo hoje  aqui,
Amanhã, tão distante.
Talvez, mais miserável do que eu,
só meu amor, que vive mendigando o seu. 
Amor estranho esse meu,
Mas quem haverá de dizer que não amo,
Ainda que por enquanto.
Tudo isso pra dizer:
Que amo-te, apesar de tanto!    

Samuel Ivani 

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