Para onde caminhamos, se tudo se perde a
cada nova geração?
Quem já não ouviu de alguém, quer
seja jovem ou velho, ou de qualquer idade a celebre expressão: “No meu tempo
tudo era diferente, tudo tinha mais graça!” Ouvimos sempre alguém dizer,
seja de qualquer profissão, que não se
faz mais hoje, determinada coisa como se fazia antigamente. Atores de teatro, tristemente
dizem que não se faz mais teatro como antigamente. Os grandes e celebres
escritores, dizem que a cada dia a literatura se perde em meio a essa literatura
fantástica que diz nada ou quase nada sobre a vida humana.
Tenho a sensação de que a cada
nova geração, muito se perde; é como se caminhássemos para trás o tempo todo, ao
menos, na percepção humana. Talvez vivenciemos eternamente uma crise de
percepção. Quem sabe, isso seja culpa do nosso egoísmo, que deseja que a nossa
vida individual seja repetida nos outros. Talvez em nosso egoísmo, queremos carregar a
verdade absoluta sempre, e que, portanto, os demais estão completamente
errados, e, assim, queremos inserir aos outros que o nosso passado era que era
o jeito certo de se viver. Sei que com isso, vamos vendo que não mais se fazem grandes
escritores como antigamente. Vamos vendo que não temos mais compositores como
Bach, Vivaldi... E ai, as novas gerações vão se acomodando cada vez mais com a
vida moderna que traz, em uma bandeja, a vida de cada um já pronta. Mas os
ganhos? Será que apenas se perde? Thomas Jefferson dizia há muito tempo: "É
tolice uma sociedade apegar-se a velhas idéias em novos tempos como é tolice um
homem tentar vestir suas roupas de criança"
Percebes? Eu usando frases de pessoas do passado, quando
poderia criar uma nova? Porém, o que eu
digo hoje tem pouco efeito. Talvez amanhã tudo isso seja diferente, pois farei parte de um passado glorioso.
Sendo concretamente pessimista: quem
mais perde nessa crise de percepção é a arte. Hoje em dia, nesses tempos
concretos, quem necessita da metafísica, de poesia, de música clássica. Precisamos
são de invenções pra salvar o planeta do efeito estufa. Precisamos de
hipocrisia. Também, nessa vida de se
aproveitar as invenções dos outros, quem é que precisa criar. Para se criar
arte é necessário a dor, o ócio, é preciso que distanciemos da vida, mas hoje
somos bombardeados o tempo todo com um padrão de vida alheio que precisamos
seguir, e caso não nos vestimos com esses trajes de cetim, somos excluídos do
meio. Mas eu sei, que diante das perdas que essa geração vai amargando, as próximas
irão também amargar todas elas um tanto pior. Agora eu te pergunto: aonde vamos parar? - Talvez
na irracionalidade!