sexta-feira, 25 de março de 2016

Se querem o meu sangue...



Querem de mim os meus olhos, estes tão comuns.
Eu, desejo entregar-lhes as curvas que enxergo naquelas retas;
Desejos entregar minhas dores, cheia de cores,
de sabores, de emoções.
Eu, entregaria de bom grado, todas as minhas destorcidas visões,
Mas vós, tolos, quereis os meus olhos.
O que se há de fazer com meros olhos?!

Querem de mim, os meus pés,
estes que pisoteiam a terra e deixam rastros que
não resistem a ação do vento.
Eu, em contra partida, desejo entregar os meus calos;
Dar-te, de bandeja, todas as feridas que acumulei
ao longo da minha longa jornada descalço.
Mas vós, tolos, quereis os meus pés encouraçados.
Que vantagens teriam com meros pés incapazes de caminhar?!

Querem estes tolos, a minha força,
esta que troca os objetos de lugar.
Eu, um tanto tolo também,
desejo entregar-lhes o meu sangue.
Não este sangue que jorra com um corte de uma faca
enquanto se saboreia uma manga.
Mas o sangue que é derramado com uma bala,
Ou com um golpe da adaga de um traidor enquanto
se trava uma luta feroz em prol da pátria amada.
Mas querem eles a minha força física!
Que haveria estes tolos de conseguir com a força de um verme, ainda que seja um verme soberbo,
se este, coitado, alberga o intestino de um plebeu!
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Samuel Ivani 

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