domingo, 16 de julho de 2017

O amor é ridículo


Sem amor se vê a vida com mais arte.  Ao amar tu deixas de sentir as coisas com sensibilidade pelo que elas são e passa a ver beleza apenas nas coisas que consegue relacionar a pessoa amada e, enquanto se ama, tudo tem a ver com a pessoa amada. O amor apequena as coisas: o universo se torna um sorriso especifico ou "um bom dia" as onze da manhã. Uma simples conversa sem razões de como foi o dia de cada um, é motivo da felicidade de um dia inteiro, de um mês inteiro, de uma vida toda. O amor transforma o cotiano banal numa novela extraordinária, pois te arranca alegria no simples fato de ouvir que quem tu amas acordou cedo pra andar de bicicleta. Vê que triste?! Coitados dos apaixonados! Sem amor se consegue apreciar a letra de uma música sem pensar em momentos vividos, ou que sonha em vivê-los com alguém. O amor é besteira! De que outra forma se conseguiria apreciar a harmonia das notas de uma música sem pensar nos olhos de alguém, ou nas maçãs do rosto avermelhadas enquanto sorrir de uma linda moça ali?
Que lindo sorriso! Esqueçamos isto.

O amor é uma grande bobagem! Sem amor tu consegues ler um livro friamente, vendo a profundidade dos escritos, consegues analisar a técnica do autor, o seu estilo; se é parnasianista ou expressionista, e não fica imaginando como se cada cena do romance fosse sendo vivida entre tu e quem tu amas. O amor é de fato uma perca de tempo. Enquanto não se ama, pode-se olhar o pôr do sol como se aprecia um quadro de Edward Hooper, analisando a harmonia das cores, a  técnica das pinceladas, a nitidez das figuras, e não fica perdendo tempo suspirando pensando o quanto seria bom se a pessoa amada estivesse apreciando aquele lindo espetáculo contigo. Vê o quanto mesquinho seria?

Sem amor, por exemplo, tu podes passar em frente uma floricultura e observar as rosas vermelhas e analisar friamente apenas o esforço das plantas para formar aquela linda rosa, isto, com o intuito de apenas atrair um inseto que, enganado, iria polinizar outra rosa para que a vida de ambos pudesse continuar, e não ficar perdendo tempo imaginando na  alegria de alguém ao receber, de surpresa, um buquê daquelas rosas!  Notas o quanto o amor tira a beleza das coisas?!   Esse texto mesmo, escrito cheio de amor, ficou uma merda! Grande bosta é o amor! 

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