sexta-feira, 21 de outubro de 2016
MUDO
- Está uma beleza esta noite!
E calado permaneço.
- Melhor tu ficaria comigo!
Sou eu que amo, que sonho, que sambo.
Mudo, não digo!
- Está com um sorriso tão radiante!
Sem ar, mais uma vez, me calo.
- tu correrias mais feliz ao meu lado,
sem ar, novamente não espalho
que és tu, meus gritos entrecortados.
- Está tão feliz hoje!
Permaneça assim, infinito,
Mudo, devia tê-la dito:
- Está tão meiga hoje
tal qual uma garôa ao fim do dia!
E esse silêncio da noite
é um frio e cortante laço
acostumado aos açoites
da tua distância no espaço
Para ser traduzida pela voz, assim como para ser captada, a poesia exige uma sagrada atenção. Entre o leitor e a plateia deve se criar uma aliança íntima, sem a qual as comunicações elétricas dos sentimentos deixam de ocorrer. Se faltar essa coesão das almas, o poeta se verá então como um anjo tentando cantar um hino celeste em meio aos escárnios do inferno. Balzac
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