segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Banal



"Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo!"
Esbraveje! Grite!
Eu te amo!
Gastemos, gastemos essa bela frase, pois ela é inesgotável,
Introduza na goela dos tontos!
É uma frase tão banal, proferida as árvores, aos mares,
ao álcool, ao som da luz profunda,
aos peitos fartos de putas sem categoria.
Vamos! Grite aos quatro ventos!
"Eu te amooooo!"
Ora, frase tantas vezes usada por poetas e ébrios,
não há de ser gasta por completa nunca.
Vamos, deite essa suposta pesada frase sobre todas as adolescentes que mal conheceu.
Ora! Vejam só: já repetiu tanta vezes que de pesada,
passou a não significar mais nada, não foi?
Não foi por falta de aviso!
Imbecil! Saiu desperdiçando a toa!
Devia ter si dado conta quando a tua mente dizia:
"Será que essas três palavrinhas mixurucas já não estão gastas demais?"
Foi ouvir o coração traiçoeiro... bem feito, se fodeu!

Já foi... Não adianta chorar agora!
Não se tocou que cada homem tem no coração uma cota dessa bendita frase e, que se gastar com quem mal sabe a diferença entre vida e idas ao cabeleireiro,
jogará fora a chance de proferir um "eu te amo" verdadeiro entoado pelo canto dos anjos celestes.
Agora tai o tonto, que de tanto achar que amou,
hoje, sem estoque de "eu te amos" não ama ninguém e acha que não mais amará.
É um castigo justo pra um imbecil que
esbanjou o pouco que tinha.
Ahh!
Eu te amo! Eu te amo!
Vamos, grite! Esbraveje! Agora sim, é justo!







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