domingo, 11 de dezembro de 2016

Capacidade



Sinto-me perfeitamente capaz,
Tal qual uma varejeira sobre a carne putrefata
de algum animal que ainda vive.
Sinto-me capaz e espero feito um tonto um milagre,
como quem espera um presente de alguma figura mística;
E, com isso, contento-me com a lama do meu presente
devido esta esperança, sem sentido, que
algum anjo me trará em um pote de ouro
a solução para a falta de problemas da minha vida.
Quão bobo eu sou!
Sinto-me capaz de conquistar o universo e
tolamente, contento-me com casebres, cadafalsos,
ou que sejam castelos, todos de festim que surgem em minha mente.
Maldito inútil eu sou.
Haveria espaço nesses tempos para homens de ideias?
O mundo deseja ações.
Eu, como inútil, sigo tarjado de insignificante,
Embora me sinta capaz de conquistar o universo.
mas penso que seja um universo de tempos remotos,
donde os pensamentos tinham alguma valia.
Hoje, pensar tornou-se inútil.
os homens querem mais usufruir das benesses de suas máquinas,
essas que dão a vida já pronta.
O que será do homem que não se constrói?
- Desconstruir-se-á por aquilo que constroem os poucos que pensam.
Sinto-me capaz,  tal qual um sonho que
se desfaz no inconsciente de uma noite bem dormida.
Mas de nada serve toda essa capacidade, se esta, 
é subjugada pelo universo que me cerca.
Malditos sejam aqueles que enxergam com os
 olhos mágicos que não os carrega consigo.
Benditos sejam aqueles que enxergam apenas o
 seu próprio nariz, destes, partem a verdade absoluta.
Eu sou perfeitamente inútil de ser capaz.



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