quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Filha

Pai e filha Gustave Caillebott


Aonde vai? Senta-te!
É preciso que tu compreendas que o amor,
Essa coisa que nos tira as necessidades,
Ele se repete um milhão de vezes na nossa vida,
ou reaparece, não importa. 
Não tenha medo de amar: 
Ame exageradamente, tenha cautela apenas em receber amor.
Nem sempre o que o nosso amor julga como sendo amor, é verdadeiro.
O coração tem dessas artimanhas.
Julgue amor aquele sentimento sem cobranças,
que suporta a ausência, que ama a presença e,

principalmente, que não te faz ser outra pessoa.
Quando um sentimento a fizer agir diferente de quem tu és, afaste-se.
Senão, muito tarde, notarás que o outro  amou uma personagem de ti e
tudo acabará em infelicidade.
Mas escute bem, não existe conselho que sirva para o amor.
Ame, mas sejas sábia, não para fazer uma boa escolha,
Mas para construir um amor que suporte.
Qualquer coisa que for além de tuas forças, julgue insanidade.
Bobagem! Tudo bobagem, eu sei! 


Senta-te que ainda não terminei!
Nesse teu início, pensas tu que sabes o que é melhor para ti, é natural.
A gente pensa que se temos asas, temos mais é que usá-las,
Não importa se não sabemos pra onde vamos.
Deixa eu te dizer que, às vezes,
o fato de podermos ir para todas as direções
demonstra apenas que não temos critérios ao escolher.
Logo, qualquer caminho que escolhermos, será árduo.
É melhor esperar!
Nem sempre abraçar todas as oportunidades é bom.
Não chore! O tempo afunilará as opções.

Acalma-te, ainda há muito que falar, mas não agora.
 Apenas saiba, que quando necessitares de um abraço,
o encontrará nesse velho rabugento que te deu asas

e nunca precisou te ensinar a voar. 
Apenas tenha como certo que, após a última corrente de vento,
ainda há tantas por passar.
Amo-te!   





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