segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Solomon



Nietzsche findou louco e incapaz de livrar-se
dos próprios dejetos aos sessenta e seis anos.
Casimiro de Abreu, como tantos outros, morreu tuberculoso aos vinte e um.
John Kennedy Toole tirou a própria vida aos trinta e dois,
Florbela Espanca aos trinta e seis.
Ernest Hemingway, sentindo que já tinha vivido tudo, conquistado tudo,
deu um tiro naquele que já não era.
Dostoiévski, findou como tinha que findar.
Tolstoi morreu idolatrado, mas sozinho.
Caio Fernando Abreu, como tantos outros de sua geração,
morreu aos quarenta e oito vítima de si mesmo.
Neruda de um câncer de próstata.
Quintana ainda não foi. 
Lucien de Rumbepré, autor de as margaridas, eu não sei. 
Raskolnikov provavelmente teve o mesmo fim de Dostoiévski. 
João da Bodega morreu no sábado como se fosse um príncipe. 
Solomon Grundy nasceu na segunda, 
batizou-se na terça, casou-se na quarta,
adoeceu na quinta, piorou na sexta,
morreu no sábado, enterrou-se no domingo,
E este foi o fim de Solomon Grundy.
Eu, não me comparando, provavelmente morrerei de saudade, 
Logo, haverá justiça neste mundo.   




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