Talvez eu opte por continuar caindo porque sei que é melhor poucos segundos sentindo o vento da descida e vivenciando a emoção da queda, do que uma vida morna e estagnada em um ponto neutro. Não, eu prefiro ir, sabe, talvez assim eu chegue mais longe do que imaginei.
Se eu opto por me agarrar, por evitar a queda, viverei muito, é certo, mas serei só mais um agarrado as coisas vazias da vida, que eu sei que valem muito mais do que toda metafísica, mas a questão é que eu sou assim. Portanto, deixem-me cair, talvez uma hora ou outra o abismo vire e, por uma questão simples de percepção, eu passe então a ser erguido aos mais altos patamares onde me esperam flores e tapetes vermelhos.
Então você que antes assistia contente a minha queda, vislumbrará lá de baixo os meus pés ornados em ouro e pedras cintilantes, ainda que estes estejam cheios de cicatrizes deixadas pelas lanças que eu mesmo coloquei no final do meu abismo.
Que poesia extraordinária!
ResponderExcluirVocê tem talento!