quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Toda filosofia antes de Darwin é inútil



Seguindo a tendência, resolvi contestar toda a filosofia de Kant tendo lido somente as três primeiras páginas do livro Fundamentação da metafisica dos costumes. Na verdade, toda filosofia já produzida desde os primórdios da humanidade. (Risos) 

Kant nos diz no livro, que se a felicidade dependesse do instinto, uma vez que a natureza inclina-se sempre ao bem estar do indivíduo, a razão se imiscuiria ao instinto e este, por sua vez, prevaleceria sobre a razão. Kant então conclui que o propósito da razão não é a felicidade em si, mas sim o discernimento para escolher atos de boa vontade, que no amplo sentindo, proporciona o bem estar e uma consequente felicidade ao homem. 
Pensando assim, com a razão suprimida pelo instinto, como diz Kant, todos seriam felizes somente por existir. A razão então seria algo sublime e elevado, e não levaria aos que a estudam a desenvolver até mesmo ódio por ela. Kant usa mesmo a palavra ódio, porque sabia que qualquer um que pensasse bem chegaria a conclusão que o livre arbítrio é um martírio. Ter que escolher, buscar entender o outro e a si, e diversas outros questionamentos oriundos da racionalidade não condiz com felicidade. 

Alguns pontos importantes levaram Kant e outros grandes filósofos a produzirem uma filosofia, por muitos vista como profunda, superficial demais e pouco pragmática. 
Primeiro ponto é que desconsideraram a origem da razão e a isolaram do instinto. A racionalidade surgiu daquele instinto de "antecipar o perigo" de modo a garantir a sobrevivência do indivíduo. Ou seja, a razão surgiu do medo. Aos poucos, os homens foram desenvolvendo a capacidade de antecipar o perigo cada vez mais a frente, e esta habilidade, como sendo favorável pra sobrevivência, foi sendo passada ao longo das gerações, ou pool genético, para os biólogos. 

Se deseja saber como elevamos essa habilidade que tantos outros animais possuem ao ponto de adquirirmos a consciência de nós mesmos, você precisa ler o artigo da pesquisadora Suzana Herculano Hoezel, em que ela conta os neurônios do ser humano e suas hipóteses a respeito de como chegamos a racionalidade. Ou veja no Youtube sua participação no programa TED.  

Conclui-se então que a racionalidade, nada mais é do que uma estratégia de sobrevivência como qualquer outra que, está sim, inteiramente ligada ao instinto. E se você parar pra "pensar" 99,9% dos homens seguem somente seus instintos naturais, se reproduzindo e povoando a terra, pensando somente em garantir o sustento da sua prole, sem se questionarem sobre a razão de qualquer coisa. E estes, pode-se dizer que são aqueles que são de fato felizes. 
Ou seja, a natureza escolheu sim o instinto em detrimento da razão. Se assim não fosse, o homem seria minoria na terra, porque quem pensa não se reproduz. Basta que você que está lendo e compreendendo isso, verifique quantos filhos tem. 
Logo, o único objetivo do homem e de qualquer ser vivo é a sobrevivência até o ponto de que o indivíduo passe os seus genes adiante, isto, independente da felicidade ou da consciência dela. E o propósito da razão é o mesmo que das demais estratégias: garantir que isso ocorra. Assim sendo, todo costume oriundo da razão, converge também para este mesmo fim. 

Para que se produza qualquer filosofia útil e que faça sentido, ela precisa de início, ser pautada no instinto, onde somos menos racionais. 

Se Kant, Hegel, tivesse se pautado no instinto e não no espirito, nós já teríamos uma compreensão maior de quem somos. O instinto, a vida, com seus objetivos inconscientes, é o início de tudo, inclusive dos costumes e de toda metafísica. Qualquer um que desconsiderar isso, vai somente produzir uma filosofia para poucos, ou como dizem, de difícil compreensão, simplesmente porque é falha. Quem chegou mais perto dessa compreensão foi Nietzsche, pois levou muito em consideração o trabalho de Darwim. Bem, não podemos culpar nenhum filosófico que viveu antes da publicação da Origem das especies por essa falha.  

A filosofia pensada assim, mais parece biologia, no entanto, a metafisica se pautada primeiro no instinto, nos levaria a uma compreensão real de quem somos. Mas não pense que nos compreender intimamente é algo bom e que vai nos proporcionar felicidade. Muito pelo contrário. Basta ver que este texto lhe provocou mais ódio e inquietação do que felicidade e bem estar. 

Não negues, não mintas, eu sinto! 

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