segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Mente vazia, oficina do diabo




A pesquisadora carioca Suzana Herculano Houzel, a partir da contagem dos neurônios do cérebro humano e descobrir que temos oitenta milhões e não cem, como se pensava, desenvolveu a hipótese de que o quê permitiu que o nosso cérebro se desenvolvesse além dos outros animais, foi o hábito de cozinhar os alimentos.

O hábito de cozinhar se trata de uma pré-digestão fora do corpo, logo, ao ingerirmos alimentos cozidos o nosso organismo absorve uma quantidade de energia muito maior em um menor espaço de tempo, diferentemente do que se ingeríssemos somente alimentos crus.

Os gorilas, por exemplo, pra conseguirem a quantidade mínima de calorias necessitam se alimentar de folhas durante oito dez horas ininterruptas por dia. 
Assim sendo, o hábito de cozinhar nos proporcionou tempo livre que usamos pra desenvolver as capacidades cognitivas.

À medida que fomos desenvolvendo a racionalidade, foi surgindo a agricultura, agropecuária, supermercados, restaurantes, "I-food" e por aí em diante, de modo que, a cada dia que passa, nos sobra mais tempo. 
Como preencher este vazio? E se a cada dia ingerimos mais calorias cada vez com menos esforços pra consegui-las, pra onde direcionar toda esta energia? Qual será o próximo estágio da racionalidade?

Suponho que, além da obesidade, este vazio ocasiona problemas psicológicos sérios. Ora, já se sabe há muito tempo que mente vazia é oficina do diabo. Se adicionar esta mente vazia a solidão então, temos o inferno. "Não é bom que o homem viva só". 
Muitos adolescentes sedentários e solitários, ao se depararem com o vácuo de não saber pra onde canalizarem sua energia, e não fazendo nem mesmo esforços físicos pra liberarem a quantidade de serotonina necessária pra serem felizes, desenvolvem distúrbios como se cortar e etc. Basta uma fagulha, pra que ele se rebele e queria descarrilar a ordem. Não só adolescentes, mas a qualquer idade, mente vazia nos leva ao próximo estágio da racionalidade que é a loucura.

Que nos ocupemos; que busquemos canalizar nosso excesso de energia e o nosso tempo para algo útil, senão, nos surge as mais variadas insanidades como forma de preencher este vazio. 
Haja vista que quanto mais desenvolvido o país, mais ocorre tragédias em que indivíduos tiram a vida de muitos e depois a própria. Maldita hora que nos sobrou tempo pra questão do "Ser ou não Ser".

Nenhum comentário:

Postar um comentário